Por Pastor Anderson de Paula
Introdução:
“O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer.” Provérbios 21:1
“O coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer.” Provérbios 21:1
Chegamos então em um texto
que muitos interpretam de maneira errônea. Se esse versículo não for observado em
seu contexto amplo pode dar a ideia de que Deus estava por trás dos mais
bárbaros governantes da Historia. É interessante que deterministas usam o texto
de Provérbios 21.1 dizendo que Deus determina até os sentimentos mais perversos
do coração dos homens.
Se o texto em questão
mostra que os corações dos homens estão sendo manipulados por Deus não existe
escapatória logica para não aceitar que governos tirânicos que massacraram
milhões de pessoas não foram causados pelo próprio Deus. Os deterministas
tentam tapar a implicação logica de seu sistema apelando para o mistério, pois
se não o fizer, vão inevitavelmente mostrar que em seu sistema, Deus é o autor
do pecado. Podemos ver essa tentativa de mascarar as implicações logicas no
discurso dos teólogos calvinistas.
1.
Os argumentos de teólogos deterministas
O teólogo calvinista Tomás
Tronco[1] é
um dos que apelam para o mistério quando comenta esse texto, ele diz:
“A
questão que deixa as pessoas perplexas não é descobrir o tamanho do poder do
Senhor, mas entender seus propósitos. Pareceria lógico achar que o controle
divino sobre os governantes deveria torná-los honestos, justos, pacíficos e
preocupados com a população. Mas não é o que costumamos ver. Nesse caso, não
significa que Deus não os controla, mas que ele tem propósitos mais amplos que
não compreendemos...”[2]
O teólogo Jerry Bridges[3] ao
citar o também teólogo Charles Bridges[4]
concorda com T.Tronco. Segue o texto:
“Talvez
a mais clara afirmação bíblica que Deus soberanamente influencia as discussões
das pessoas é encontrada em Provérbios 21:1, Como corrente de águas é o coração
do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer. Charles Bridges, em sua
exposição do provérbio, relata “A verdade geral é ensinada pela mais forte
ilustração – seu incontrolável brandir diante da mais absoluta das vontades – o
coração do rei”. ”[5]
Tronco e Jerry Bridges deixam
claro que para eles até a desonestidade dos lideres vem única e exclusivamente
do controle meticuloso de Deus. Algo que me chamou a atenção foi que próprio
Tronco concorda que se Deus controla o coração do governante, logo o coração
deles deveria estar com honestidade, amizade e boas maneiras. A implicação
logica dessa visão é que Deus é o responsável por toda a maldade desses
governantes, mas para fugir da incoerência, eles apelam para o “mistério”.
Tal saída é, na verdade,
uma fuga para não lidar com a problemática e, ou, não procurar fazer uma
exegese sadia desse texto. O problema dos referido teólogos é partir do
pressuposto de sua teologia determinista para o texto bíblico, pois não
precisamos apelar para o mistério e assim resolver a questão! Podemos
simplesmente dizer que Deus é poderoso para cumprir seus propósitos sem que
para isso tenha que determinar as maldades dos homens.
2.
O uso errado da Historia do rei Ciro para tentar provar o determinismo em
Provérbios 21.1
Jerry Bridges, assim como
vários calvinistas, tentam provar o argumento determinista usando a historia do
rei Ciro dizendo:
“…Vemos
isto também na abordagem de Ciro, rei da Pérsia, quando ele entregou uma
proclamação para permitir aos judeus retornar a Jerusalém para reconstruir o
Templo. Esdras 1:1 diz: ‘No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se
cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o
Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por
todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto.’ (ênfase
acrescida)”
O texto diz claramente que
Rei Ciro editou a proclamação porque Deus moveu seu coração. O destino do povo
de Deus, humanamente falando, estava nas mãos do mais poderoso monarca da
época. Na realidade, porém, o destino estava completamente nas mãos de Deus,
porque Ele tinha a habilidade de soberanamente controlar as decisões deste
monarca. Deus, falando mediante o profeta Isaías, nos dá outra compreensão útil
sobre Seu trabalho no coração de Ciro:
“Por
amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo teu nome;
ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças… Eu te cinjo, ainda que tu
não me conheças (Is 45:4-5, ênfase acrescida). Não é necessário para uma pessoa
reconhecer o soberano controle de Deus em seu coração ou mesmo reconhecer a
existência de Deus. Nem os egípcios nem Ciro intencionavam obedecer qualquer
vontade revelada de Deus. Eles simplesmente agiram como seus corações lhes
dirigiram, mas seus corações foram dirigidos por Deus.[6]”
Olhando a maneira como Bridges
coloca a historia de Ciro, uma mente menos treinada nas Escrituras poderia
imaginar que estaria aí a prova fatal do determinismo divino. Afinal, Ciro
mesmo não querendo obedecer a Deus, foi movido contra a vontade a deixar Israel
voltar do cativeiro! É verdade que Ciro começou seu reinado sem conhecer a Deus,
mas será que Ciro viveu sua vida inteira sem conhecer a Deus? Não é isso que
uma analise mais acurada da Historia diz. Vejamos os contextos dos textos citados
por Bridges:
“Assim
diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater
nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis; para abrir diante
dele as portas, e as portas não se fecharão; eu irei adiante de ti, e tornarei
planos os lugares escabrosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os
ferrolhos de ferro. Dar-te-ei os tesouros das trevas, e as riquezas encobertas,
para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo teu
nome. Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo
teu nome; ponho-te o teu sobrenome, ainda que não me conheças. Eu sou o Senhor,
e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me
conheças. Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora
de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro”. Isaias. 45:1-6
“No
primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor
proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da
Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também
por escrito, este decreto: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu
me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em
Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós de todo o seu povo (seja seu Deus
com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus
de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.” Esdras 1:1-3:
O que fica claro nesses
textos, é uma historia completamente diferente da que os deterministas gostam.
Pois, mesmo que o texto diga que Ciro não conhecia a Deus, não diz que ele não
passou a conhecer. Quando lemos o contexto dos textos de Isaias 45.1-6 e Esdras
1.1-3 vemos claramente que Ciro passou a crer no Deus de Israel, pois Deus
concedeu a ele sucessos militares que o fizeram acreditar que Jeová era o responsável
por todo o seu sucesso.
Vemos aqui que Ciro já estava predisposto a
obedecer a Deus, pois entendera que a profecia de Isaías falava dele e era uma
prova de que o Deus dos Hebreus era verdadeiro. Assim, quando Esdras nos diz
que Deus “moveu” o coração de Ciro não significa uma ação unilateral onde Ciro
era uma mera marionete nas mãos de Deus. Daniel Gracely[7]
faz uma importante observação do texto de Esdras dizendo:
“...a
palavra “moveu” em hebraico não transmite nenhum sentido de ação unilateral da
parte de Deus, como se Ciro fosse um tipo de marionete desatenta ao plano de
Deus quando ele promulgou a proclamação para o retorno dos exilados judeus. Em
vez disso, a palavra “moveu” significa incitar (comp. KJV), como quem acorda do
sono[4]. Deus estava incitando Ciro para um fim específico acerca do povo
judeu, porque Ciro já estava predisposto a ouvir o Deus hebreu.”
Nada nessa passagem dá
margem para que se possa dizer que Ciro foi apenas uma marionete nas mãos de Deus,
mas que ele por reconhecer as grandes coisas que o Deus dos Hebreus fez,
decidiu obedecer e deixar os exilados voltarem para a sua terra. Além disso,
vemos Ciro proclamando que “Senhor, Deus dos Céus, que me deu todos os reinos
da terra” antes mesmo de incentivar o povo a voltar para sua terra, Ciro mostra
que estava agradecido pelas vitorias recebidas pelo Senhor.
3. O uso errado da
Historia de Nabucodonosor para provar o determinismo em Provérbios 21.1
Até aqui mostramos que a
Historia de Ciro não da base alguma para a argumentação calvinista. Porem, os
deterministas apelam para casos como o de Nabucodonosor. Eles citam Jr 25.9 que chama Nabucodonosor de
“Meu servo” para falar que Deus de uma maneira unilateral usou esse rei para ferir
os israelitas com o exílio. Porém, tal tentativa se mostra falha quando
analisamos como foi que Deus puniu seu povo. Algumas considerações devem ser
tomadas para uma melhor compreensão. Vamos começar mostrando o motivo que levou
Deus a punir seu povo.
3.1.
Israel foi punida por desobedecer a Deus
O profeta Jeremias deixa claro qual
foi o motivo de Deus ter castigado Judá o entregando nas mãos da Babilônia
quando dá uma lista das rebeldias que eles praticaram.
a) Jeremias lembra o povo que ele foi
porta voz de Deus durante 23 anos e que eles não lhe deram ouvidos (Jr. 25.
1-3).
b) Jeremias diz que por séculos Deus
tinha enviado seus profetas para alertá-los, mas eles não deram atenção
(Jr.25.4).
c) Jeremias deixa claro que se
tivessem obedecido ficariam na terra prometida (Jr. 25. 5 - 6).
d) Jeremias mostra que eles serviram a
outros deuses (Jr. 25.6-7)
Após Jeremias deixar claro o motivo da punição de Deus, esclarece que foram eles que trouxeram o castigo de Deus sobre eles quando não ouviram a voz do Senhor. Aqui vemos que não teria sentido Deus ter dirigido o coração deles para todas essas coisas más, e que na verdade a vontade de Deus era outra completamente diferente da que o povo escolheu.
Após Jeremias deixar claro o motivo da punição de Deus, esclarece que foram eles que trouxeram o castigo de Deus sobre eles quando não ouviram a voz do Senhor. Aqui vemos que não teria sentido Deus ter dirigido o coração deles para todas essas coisas más, e que na verdade a vontade de Deus era outra completamente diferente da que o povo escolheu.
3.2.
Deus usa um rei pagão para punir Seu povo
Enquanto o povo serviu a
Deus, a sua proteção estava garantida. Entretanto, quando eles começaram a
apostatar da fé, Deus decide usar a maldade de Nabucodonosor para castigar Seu
povo. Precisamos lembrar que Deus conhece todas as coisas e sabia muito bem o
que aconteceria com seu povo caso o entregasse nas mãos da Babilônia. Não é que
Deus tenha colocado no coração de Nabucodonosor o desejo ímpio, pois neste
tempo o coração dele já era ímpio. O que Deus fez foi simplesmente usar a
maldade dele para corrigir seu povo. Nabucodonosor era um homem exaltado, que
achava que podia tudo e Deus usa isso para castigar varias nações por causa de
seus maus atos. É nesse sentido que Deus o chama de “meu Servo”. Deus também
castiga a Babilônia pela sua maldade, mas não foi Ele quem colocou o sentimento
ímpio no coração deste povo. Ele apenas retirou sua proteção permitindo que
eles fizessem o que já queriam fazer.
4. O contexto de Provérbios 21.1 refuta a
argumentação determinista.
“Como
corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde
quer. Todo caminho do homem é reto aos seus olhos; mas o Senhor pesa os
corações. Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que
oferecer-lhe sacrifício. Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos
ímpios é pecado.” Provérbios 21.1-4
Considere a teologia determinista que
afirma que todos os corações dos homens são igualmente inclinados por Deus,
como a água é canalizada para um lado ou para o outro do jeito que agradar a
Deus. Mas se isso é verdade, surgem algumas implicações que simplesmente
desmontam a argumentação calvinista:
a) O verso dois nos informa que o
homem pensa ser justo aos seus próprios olhos. Isso só pode significar que ele
acha que seus sentimentos são justos, mas na verdade são maus.
b) O verso três nos informa que Deus
deseja a justiça mais que o sacrifício. Ora, isso implica dizer que existem
homens que pensam que o sacrifício é suficiente ainda que eles não sejam
misericordiosos.
c) O verso quatro nos informa que alguns têm o coração orgulhoso, os olhos altivos e que isso é pecado.
Como encaixar isso na
argumentação determinista? A resposta dos deterministas seria que Provérbios
21.1-4 mostra a “aparente contradição” da Confissão de Fé de Westermister que
afirma que Deus determina todas as coisas[8],
mas que nem Deus é o autor do pecado e nem é violentada a vontade da criatura.
Sobre isso voltamos a citar Daniel Gracely que refuta essa resposta quando
responde ao já citado Bridges:
“Ainda
que tal resposta possa ser inteligente, sua pressuposição não é suportada pelo
contexto maior de Provérbios 21, que iremos observar daqui a pouco. Mas note
primeiro que ambos Jerry e Charles Bridges tratam o coração do rei no abstrato,
como se ele esperasse Deus movê-lo em qualquer canal direcional que Deus
desejasse. A visão de Bridges não é tal que o coração possa desejar coisas
malignas, que é o que Cristo afirma sobre o homem maligno em Mateus 15:19. Eu
acho interessante que apesar de calvinistas alegarem crer nos dois princípios
da absoluta soberania de Deus e na livre vontade humana, calvinistas parecem
mais preocupados com a liberdade humana ser uma expressão da soberania divina,
em vez de a soberania divina ser uma expressão da liberdade humana. Em teoria
não deveria haver ascendência sobre a outra se ambas são tão sacrossantas
quanto os calvinistas precisam delas quando discute-se a origem do pecado. Este
é um problema bastante crucial para o calvinista e, de fato, causa um dilema
insolúvel quando tentando abordar o problema do mal. Mas retornando à nossa
discussão principal, o rei mencionado em Provérbios 21:1 não é um rei sendo
visto no abstrato mas de fato um rei que já ouvia Deus, como os versos acerca
do “rei” ensinam.[9]”
A saída para o calvinista
é apelar para o mistério e tentar usar a argumentação de que Deus determina,
mas o homem é o culpado. Porem, essa argumentação não pode ser provada com base
no texto de Provérbios 21.1 única e simplesmente porque Salomão tinha em mente
que o coração que é inclinado por Deus é o coração de um rei justo e obediente
a Deus. É isso que o contexto geral sobre “o rei” em provérbios nos diz:
Provérbios 14:28: Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe.
Provérbios 14:28: Na multidão do povo está a glória do rei; mas na falta de povo está a ruína do príncipe.
Provérbios
14:35: O favor do rei é concedido ao servo que procede sabiamente; mas sobre o
que procede indignamente cairá o seu furor.
Provérbios
16:10: Nos lábios do rei acham-se oráculos; em juízo a sua boca não prevarica.
Provérbios
16:12: Abominação é para os reis o praticarem a impiedade; porque com justiça
se estabelece o trono.
Provérbios
16:13: Lábios justos são o prazer dos reis; e eles amam aquele que fala coisas
retas.
Provérbios
16:14: O furor do rei é mensageiro da morte; mas o homem sábio o aplacará.
Provérbios
16:15: Na luz do semblante do rei está a vida; e o seu favor é como a nuvem de
chuva serôdia.
Provérbios
19:12: A ira do rei é como o bramido o leão; mas o seu favor é como o orvalho
sobre a erva.
Provérbios
20:2: Como o bramido do leão é o terror do rei; quem o provoca a ira peca
contra a sua própria vida.
Provérbios
20:8: Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos joeira a todo
malfeitor.
Provérbios
20:26: O rei sábio joeira os ímpios e faz girar sobre eles a roda.
Provérbios
20:28: A benignidade e a verdade guardam o rei; e com a benignidade sustém ele
o seu trono.
Provérbios
21:1: Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina
para onde quer.
Provérbios
22:11: O que ama a pureza do coração, e que tem graça nos seus lábios, terá por
seu amigo o rei.
Provérbios
24:21: Filho meu, teme ao Senhor, e ao rei; e não te entremetas com os que
gostam de mudanças.
Provérbios
25:2: A glória de Deus é encobrir as coisas; mas a glória dos reis é
esquadrinhá-las.
Provérbios
25:3: Como o céu na sua altura, e como a terra na sua profundidade, assim o
coração dos reis é inescrutável.
Provérbios
25:5: Tira o ímpio da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.
Provérbios
25:6: Não reclames para ti honra na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos
grandes;
Provérbios
29:4: O rei pela justiça estabelece a terra; mas o que exige presentes a transtorna.
Provérbios
29:14: Se o rei julgar os pobres com equidade, o seu trono será estabelecido
para sempre.
Citando mais uma vez o
teólogo Daniel Gracely, podemos ver como esses textos provam que a argumentação
calvinista esta errada. Ele diz:
“Novamente, note como Salomão geralmente vê o rei em termos positivos como um governante em lugar de Deus. Apenas um verso em mais de vinte descreve um rei negativo, e mesmo este traz a questão de por que Deus (se Bridges está correto) voltaria o coração do rei para algo que era abominável a Si Mesmo. De outra forma, Salomão fala confidente e otimisticamente sobre o rei, e o descreve como ele apesar de certas idiossincrasias serem esperadas dele. Portanto, o rei favorece o servo sábio, mas está irado contra pessoas vergonhosas (14:35), o rei executa sentença piedosa e não transgride em julgamento (16:10), o rei espalha os ímpios com seus olhos (20:26), e o amigo do rei será o que ama pureza de coração (22:11). Em todas essas instâncias o rei é assumido ser um rei justo. O rei também aceita ser moderado por um homem sábio e certas ocasiões quando ele está irado e pensa em exercer a lei sem misericórdia (16:14)[7].
“Novamente, note como Salomão geralmente vê o rei em termos positivos como um governante em lugar de Deus. Apenas um verso em mais de vinte descreve um rei negativo, e mesmo este traz a questão de por que Deus (se Bridges está correto) voltaria o coração do rei para algo que era abominável a Si Mesmo. De outra forma, Salomão fala confidente e otimisticamente sobre o rei, e o descreve como ele apesar de certas idiossincrasias serem esperadas dele. Portanto, o rei favorece o servo sábio, mas está irado contra pessoas vergonhosas (14:35), o rei executa sentença piedosa e não transgride em julgamento (16:10), o rei espalha os ímpios com seus olhos (20:26), e o amigo do rei será o que ama pureza de coração (22:11). Em todas essas instâncias o rei é assumido ser um rei justo. O rei também aceita ser moderado por um homem sábio e certas ocasiões quando ele está irado e pensa em exercer a lei sem misericórdia (16:14)[7].
Ainda é desnecessário
dizer que a perspectiva de Salomão em Provérbios assuma que o rei é reto. Entretanto,
muitos reis e governantes na história tem sido bastante malignos. Numerosos
exemplos vêm à mente a partir da Bíblia e ao longo da história humana.Uma lista
parcial incluiria os faraós egípcios em Êxodo, Ogue de Basã. Acabe de Israel,
Manassés de Judá, todos os outros reis de Israel e vários reis de Judá, os reis
cananeus que lutaram contra Josué, Ivan o Terrível, Napoleão, Hitler e Stálin.
Esses reis e governantes
eram obviamente injustos e consistentemente não demonstraram nenhuma das
piedosas características que Salomão assume para o rei. Então quando chegamos
em Provérbios 21:1 e lemos que o coração do rei está na mão do Senhor e Ele o
direciona para onde Ele quer, deve ser entendido que este verso não pode ser
universalmente aplicado a todos os déspotas amalucados da história humana. Em
vez disso, Deus influencia reis que entendem a justiça e têm uma predisposição
por um governar piedoso.[10]”.
Isso deixa claro que o coração que é dirigido por Deus é aquele que obedece a
sua vontade.
Conclusão:
Vimos com esse estudo que
o determinismo retira o texto de seu contexto e tenta fazer um malabarismo
exegético para tentar provar que Deus é quem determina todas as más ações dos
homens, mas uma lida no contexto amplo do livro de Provérbios e conhecer as narrativas
bíblicas desmontam qualquer argumento contrario ao Deus revelado nas
escrituras.
Deus abençoe!
Deus abençoe!
[1] Teólogo
calvinista e pastor batista
[2] Fonte:
http://www.igrejaredencao.org.br/?option=com_content&view=article&id=1702:reflexao-de-24-de-outubro&catid=54:devocionais-em-proverbios&Itemid=167&fontstyle=f-larger#.WvdoG1pKjIU
http://www.igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1702:reflexao-de-24-de-outubro&catid=54:devocionais-em-proverbios&Itemid=167#.Wre00jgvzIU
[3] Jerry
Bridges (4 de dezembro de 1929 - 6 de março de 2016) foi um autor cristão
evangélico, palestrante e membro da equipe de The Navigators.
[4] Charles
Bridges (1794–1869 [1] [2]) foi um pregador e teólogo da Igreja da Inglaterra e
um líder do Partido Evangélico da denominação.
[5] Fonte: Trusting God Even When It
Hurts retirado do blog crédulos.
[6] Bridges, pp. 59-60
[7] Does God Control the Heart of All? - Understanding Proverbs 21: 1
[8] CFW cap.
V artigo III
[9] Deus
Controla o Coração de Todos? – Compreendendo Provérbios 21:1, Blog crédulos.
[10] Deus
Controla o Coração de Todos? – Compreendendo Provérbios 21:1, Blog crédulos.