Como os casais de hoje,
os casais romanos tinham o problema da gravidez não planejada. Faltando os
métodos modernos de “planejamento familiar”, tinham três maneiras de tratar com
o problema: às vezes estrangulavam o menino recém-nascidos, as vezes o abandonavam
na rua (onde ou morria ou era recolhido para ser criado como escravo), e as
vezes praticavam o aborto. Ao invés do que
você possa ter pensado o aborto não é invento do século vinte. O bacharel
cristão Félix repreendeu aos romanos, dizendo:
“Há mulheres entre vocês
que tomam uma poção especial para matar ao futuro humano que levam em seu
ventre, assim cometendo homicídio ainda antes de dar a luz.”
Ainda que os romanos aceitassem
o aborto como prática moral e civilizada, os primeiros cristãos o opunham vigorosamente.
Quando alguns romanos levantaram a acusação absurda que os primeiros cristãos
matavam e comiam os meninos em suas cerimônias religiosas, Atenágoras, um
apologista cristão que escreveu no ano 170, contestou estas acusações com as
seguintes palavras:
“Quando dizemos que
aquelas mulheres que usam as poções para causar o aborto são homicidas e terão
que prestar contas a Deus por seu ato, como seria possível que matássemos [aos
infantes]? Seria insensatez que disséssemos que o menino na matriz é criação de
Deus, e, portanto objeto do cuidado de Deus, e depois que nasça o matássemos.”
Tertuliano o explicou
aos romanos assim:
“Em nosso caso, já que
proibimos o homicídio em qualquer forma, não podemos destruir nem sequer ao
menino na matriz… Impedir que nasça um menino é somente uma forma de matar. Não
há diferença se mata a vida do que nasceu já, ou se mata a vida do que não
nasceu ainda.”
Admiravelmente, os
cristãos evangélicos de hoje geralmente se opuseram ao aborto bem como os
primeiros cristãos. Espero que nossa posição não dependa de nossa cultura, mas
não sei se assim será. O povo conservador da sociedade americana não aceitou o
aborto ainda; os legisladores e os juízes conservadores se opõem ao aborto. Mas
se sua posição mudar, seguiremos nós o mesmo? No momento parece impossível que
os evangélicos mudem sua atitude para com o aborto. Mas há um século, quem
teria imaginado que o divórcio seria aceito nas igrejas evangélicas?
Fonte: Que falem os primeiros cristãos pagina 31 e 32.
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